Tá com tempo? Lê. Se não passa outra hora! O post é looooooongo!
Pessoal que lê oq eu escrevo sabe que eu to dando um tempo pros treinos e planejamentos. Ainda vou (e irei) pro rolo, mas cada vez menos. Qdo tiver tempo vou pra estrada... e vou só com o compromisso de me divertir (oq inclui botar a língua pra fora e não passear haha).
Na sexta feira eu saí de casa pra fazer 2 horinhas. To cansado de ficar trocando pneus por causa do PT, então montei um setup de estrada com uma roda velha e deixei o PT pro rolo. Na estrada não quero o compromisso de ficar controlando potência e os caraio. Quero ir no "Quintana style". No rolo preciso de uma métrica mais sólida e o PT vai me dar isso.
Ir pra estrada sem um PM foi a melhor coisa q fiz nos últimos 6 meses. Qdo saía de casa sem o PM é pq eu tava de MTB e caras, MTB é coisa pra outro tipo de ciclista, não pra mim. Eu gosto de estradão, de andar no cascalho, terra e tudo mais (e fiz isso mto de Road... por isso que uso 700x28, inclusive), mas a minha MTB (simplesinha só pra passear mesmo) não me deixa confortável... guidão flat não é pra mim... enfim... prevejo montar uma bike Gravel-like um dia! Mas voltando pro assunto principal: agora com o setup pra estrada, posso pegar minha estradeira e de fato ir pra estrada sem ficar fazendo o "Froome style". Marco q me conhece melhor sabe q eu sou ridiculamente noiado com números e métricas, mas a toa pq eu nem participo de provas. Tava me envolvendo emocionalmente com um estilo de vida q não é o meu... me preocupando direto com peso e me martirizando o tempo todo por não estar treinando adequadamente. Tinha dias que não conseguia olhar pro rolo, mas mesmo assim ia pra lá esfolar o saco. Minha esposa me dizia "mas vai pro rolo de novo?"... eu retrucava brincando dizendo "eu não queria, mas os patrocinadores tão cobrando resultado!!". Por dentro eu tava morrendo de vontade de mandar tudo aquilo pra putaqueopariu.
Acho que o ponto inicial da parada foi de rever os meus antigos companheiros de bike em Floripa. Enquanto eu me mudei e adotei o rolo e o planejamento estratégico pra melhorar, o pessoal continuou na selvageria de 2-3 pedais por semana sem nem usar cinta cardíaca. Eu subi meu FTP de 235w pra 280w no período que fiquei longe deles. Qdo os encontrei nas férias, cheguei achando que ia tocar o puteiro, mas sobrei miseravelmente dia após dia. Foi mto decepcionante. Senti q todo o comprometimento de tempo, dinheiro, planejamento e emocional foram atropelados pelo conceito de "vai pra rua e pedala como homi caralho". Não quero dizer q o treinamento apropriado não gera frutos, claro que não, sou um dos q mais acredita nisso. Mas a falta de eu mesmo "ir pra rua e cuspir sangue" destruiu todos aquele pilares que construí baseados #NaTeoria.
Preciso recomeçar. Preciso fazer oq fiz naquela sexta-feira onde por 2h eu subi, desci, simulei crono e voltei destruído pra casa. Admito que ao subir o treino (treino não, pedal) pro GC eu fiquei curioso pra saber qta potência eu fiz em alguns trechos, mas durante o pedal a falta de referências não foi um incômodo. Já pedalei por mais de 30 vezes no percurso que fiz e só naquela sexta-feira é que vi umas casinhas q nunca tinha visto. Um riozinho que passava por uma ponte q nunca percebi que existia... enfim vcs entenderam oq quero dizer. Preciso simplificar as coisas. O PT (2.4+, modelo q uso) tem uma fama (q pra alguns injustificada) de dar problemas de vedação e foder com todo o sistema. Eu morro de medo de um aparelho velho como o meu PT der pau e eu não tiver como ter manutenção. Então no ameaço de qualquer risco de chuva lá eu ia pro rolo. Sair de casa com medo de molhar o PT era sinônimo de ir pro rolo. Qtas vezes poderia ter ido pra estrada, mas fui pro rolo com medo. Qtas vezes fui lavar a bike (com água mesmo, mas estilo GCN... com cuidado) e tive q fazer a ladainha do: tira a roda, tira cassete limpa roda com pano, limpa cubo, limpa cassete, monta cassete, monta roda, seca roda, seca isso, não molha aquilo com medo de entrar água e foder com o PT (foder com PT é especialidade do PMDB hahaha).
Talvez eu dê um passo pra trás e compre um cinta cardíaca velha só pra me dar um suporte sobre o físico. Acho que me dou melhor com as variações de FC q as variações de potência. Eu já "brigava" com a bike pra FC ficar dentro de uma faixa tolerável... imagine a minha luta com os watts!!! Aliás, esse termo "brigar" é oq eu andava fazendo mto. Treinar virou uma briga diária e o conceito "stick to the plan" uma opressão.
O último turning point dessa minha derrocada foi num fórum gringo de TT (q td mundo sabe q é minha disciplina favorita no ciclismo). Embora 95% dos usuários e TTístas (hahaha) usem como referência PM's nos treinos, nas corridas, a pegada é completamente diferente. Ali vale o sangue "nozólho" e mto autoconhecimento oq é um paradoxo já que se entende q não existe nada mais valioso pra pacing q um PM. Mtas vezes os dados obtidos nas corridas viram indicadores, mas na prova é foco na estrada, baba escorrendo e sangue nas pernas. Esse ano a gente já viu um caso de profissional correndo sem PM e vencendo um TT no Giro (o caso foi com o Primoz Roglic cujo o computador da Pioneer voou da bike e caiu pra fora da estrada com menos de 10 km dos 40 km a serem concluídos)... Michael Rogers foi tricampeão de TT sem nunca usar um PM em corridas... enfim, nem sempre PM é uma necessidade mesmo. Nada como o bom e velho EPO nesses casos! hahaha
Mtas vezes, menos é mais. É nessa linha q vou daqui pra frente. Menos números pra ter mais diversão. Menos compromisso pra ter mais prazer de pedalar. Menos treino e mais pedal. Menos rolo e mais rua. Menos pacing e mais pelo. Vou ser um eterno apaixonado por números e potência. Vou discutir mto sobre isso ainda aqui e em rodas de conversa, mas vou preferir deixar os meus dados de lado por um tempo. Talvez em casa olhando pro GC eu fique lá fazendo uma ou outra especulação. Ajustando a curva de CP ou coisa assim. Mas na estrada, sempre que possível vou manter meu Garmin com a tela apagada. Dizem que a ignorância é uma benção né? Quem sabe é mesmo! É isso gente. Pra vc q leu até aqui meu mto obrigado pela paciência em ler esse desabafo. Vamos ver por quanto tempo eu vivo longe desse "vício". Talvez, "só por hoje" como o pessoal do AA.
